Aquele Frevo Axé e outros carnavais

Uma das recompensas de estar vivo no tempo são os muitos carnavais. De algum modo, carnaval é memória. Há sempre alguém que te pegunta: "Lembra daquele carnaval?". O infeliz que avisa: "Te conheço de muitos carnavais". Preocupa mesmo é quando o "muitos" é substituído por: "te conheço de ´outros´ carnavais...".  Ihhh... quando se fala em "outros carnavais", é vixe atrás de eita!

Fui ensinada a não gostar de carnaval.
Aprendi a gostar de carnaval.

Diz minha irmã (e com razão!) que foi necessário inventar uma cultura para chamar de nossa. Sua tese é mais ou menos assim: somos filhas de expatriados na própria pátria que desfizeram-se entre as poucas saudades que tinham de um lá e a rejeição das coisas de aqui. Assim, fomos forjadas no vácuo entre esse Rio de Janeiro, um não lugar de sudeste e aquele nordeste. Daí a tal invenção. Fato é que as tradições, sejam elas quais forem, entraram pelos fundos. Nós, ao contrário, insistimos em entrar pela frente, apavoradas (às vezes ou quase sempre) mas, pela frente.  Fico pensando se não é desse (des)encontro entre tradição e ímpeto que se faz o carnaval... carnavais: esses, outros e aqueles carnavais! Aquele Frevo Marcha Samba Axé!

Alguns dos carnavais desta humilde escriba estão na playlist "Aquele Frevo Axé e outros carnavais". Ora, saudoso. Ora, animado. Ora, suave. Carnavais...


Comentários