Apesar das ruínas e da morte

Militante periférica

esquerda festiva

ativista de sofá

admitiu que na ditadura teria lado, claro!

sua clandestinidade seria 

como seria?

disse

iria levar comida pra quem, de fato, estava no front

hipótese, tempos outros

já não tão outros 

indignação passiva

deve ser parte com peixes

pode ser cinismo

não!

escolheu a beleza, apenas

não que queira, precisa

segue querendo alimentar 

de sonho, alegria e poesia

os que seguem precisando lutar.

FOTO: Rúinas de cais no Solar do Unhão, Salvador/BA, setembro 2016

Sobre Sophia de Mello Breyner Andresen http://purl.pt/19841/1/galeria/indice-poemas.html