Negro amor ou pelos finados


Foto A&A: Festival Dia dos Mortos. Parque das Ruínas, Santa Teresa/RJ. 02 de novembro/2017.

O verso "esqueça os mortos que eles não voltam mais" tilintou no patê da minha cabeça o dia todo. De onde é isso mesmo?

Ok, Google!

Eu, marinheira mareada, não sei se lembrei ou se descobri que a música é uma versão do Péricles Cavalcanti e Caetano Veloso de uma canção do Bob Dylan gravada pela Gal em 1977.

Aos vivos,
Aos guerreiros desarmados... essa lindeza...

Negro Amor 

Vá, se mande, junte tudo que você puder levar
Ande, tudo que parece seu é bom que agarre já
Seu filho feio e louco ficou só
Chorando feito fogo à luz do sol
Os alquimistas já estão no corredor
E não tem mais nada, negro amor

A estrada é pra você e o jogo é a indecência
Junte tudo que você conseguiu por coincidência
E o pintor de rua que anda só
Desenha maluquice em seu lençol
Sob seus pés o céu também rachou
E não tem mais nada, negro amor
E não tem mais nada, negro amor

Seus marinheiros mareados abandonam o mar
Seus guerreiros desarmados não vão mais lutar
Seu namorado já vai dando o fora
Levando os cobertores? E agora?
Até o tapete sem você voou
E não tem mais nada, negro amor
E não tem mais nada, negro amor

As pedras do caminho deixe para trás
Esqueça os mortos eles não levantam mais
O vagabundo esmola pela rua
Vestindo a mesma roupa que foi sua
Risque outro fósforo, outra vida, outra luz, outra cor
E não tem mais nada, negro amor

Comentários